Archive for the ‘Causo’ Category

Congelamento de disco rígido

setembro 17, 2009

Afirma a lenda que, se seu disco rígido parar de funcionar, você ainda terá a oportunidade de recuperar dados importantes congelando-o. Mas será verdade?

Tive a oportunidade de conferir. Depois de três dias trabalhando, fui tentar enviar minhas alterações de um projeto ao Subversion. O servidor estava fora do ar, mas não era um grande problema: eu poderia enviar as alterações no dia seguinte. Chego no dia seguinte no trabalho para enviar os dados e… bem, o HD da minha máquina havia pifado.

Fria: um de nós dois teria de entrar em uma

Fria: um de nós dois teria de entrar em uma

Depois de dias tentando recuperar os dados do HD, desisti. Seria mais fácil reescrever tudo o que eu havia feito, pelo visto. Já aceitando meu destino, fui fazer outras tarefas.

Algum tempo depois, encontro um amigo meu. Aproveito, conto minha história desinteressadamente, como uma curiosidade. Meu amigo me pergunta:

Já tentou congelar o HD?

Já havia ouvido falar desta técnica. Se o seu disco rígido parou de funcionar. tente colocá-lo no congelador. Esse meu amigo sempre garantiu que o truque funcionava, mas nunca vi ninguém fazê-lo…

Pois bem, como pior não poderia ficar, resolvi tentar. Peguei o HD, embrulhei-o muito bem em uma sacola plástica, pus no congelador e saí para trabalhar em outro projeto, em outro lugar.

Ao final da tarde, voltei à empresa. Tirei o disco rígido do congelador, coloquei-o no notebook e liguei a máquina com um CD do Ubuntu. Quando fui ver… funcionou! Consegui acessar meus arquivos, e os copiei para outra máquina com scp!

Se você for tentar fazer isso algum dia, tome cuidado de embrulhar muito bem o disco, para que não molhe. Note que isto provavelmente não deve funcionar sempre… mas funcionou uma vez, isto posso garantir!

A Idéia mais Estúpida da Computação

outubro 10, 2008

Osvaldo Santana, o pythonista, postou no seu blog algumas “cagadas computacionais” que cometera. Lembrei-me de um causo interessante…

Meu primeiro emprego foi como servidor público, técnico administrativo na Universidade de Brasília. Era um emprego chato para mim, tecnocrata que sou, mas consegui escapar da chatice convencendo o pessoal a me deixar usar um Debian na minha máquina – na época, um Debian Etch, ainda em testes.

Em casa, eu já usava Debian, mas não tinha conexão com a Internet, de modo que fiquei preso ao Debian Woody, GNOME 1.8 etc. etc. No trabalho, porém, eu tinha uma ótima conexão, então atualizava freqüentemente o sistema operacional. Foi minha primeira experiência mais interativa com o APT: antes, só utilizava para instalar pacotes dos sete CDs do Woody que eu tinha gravado.

Depois de um bom tempo usando Debian, enfrento meu primeiro inferno de dependências. Bem feito, quem mandou misturar testing, unstable e até experimental, né? De qualquer forma, entrei em desespero, porque aquela era minha máquina de trabalho e tinha de funcionar. Bato a cabeça, reinstalo pacote, tiro repositório, dou apt-get update pra cá, apt-get dist-upgrade para lá mas nada se resolve…

No desespero daquela sexta feira, tomo uma decisão drástica: vou desinstalar o APT! Lá vamos nós digitar o inacreditável comando:

apt-get remove apt

O Debian não gostou muito… A mensagem que recebi foi algo como:

AVISO: Os pacotes essenciais a seguir serão removidos.
Isso NÃO deveria ser feito a menos que você saiba exatamente o que você está fazendo!
apt
Depois desta operação, 30,1MB de espaço em disco serão liberados.
Você está prestes a fazer algo potencialmente destrutivo.
Para continuar digite a frase 'Sim, faça o que eu digo!'
?]

Bem, é realmente uma mensagem assustadora. Qualquer pessoa perceberia que desinstalar o APT não era só aparentemente uma idéia sem sentido, era um absurdo estúpido! Mas eu não sou qualquer pessoa! Como sou brasileiro e não aprendo nunca, vou lá e digito:

Sim, faça o que eu digo!

Depois de todo o trabalho sujo feito, vamos tentar reinstalar o APT. Bem, vocês podem imaginar que não, não consegui fazer isso. Quando vi que a opção menos absurda seria recompilar o APT, desisti: fiz backup dos documentos e reinstalei o Debian.

Pelo menos saí do inferno de dependências 🙂